“É um marco na história do Ceará possuir um serviço tão grandioso e com esta dimensão geográfica”, afirma superintendente do Samu

8 de fevereiro de 2023 - 08:43 # # #

Assessoria de Comunicação do Samu 192 Ceará
Texto/fotos: Fátima Holanda
Arte gráfica: Valde Cabral

Há nove anos trabalhando no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) Ceará, o médico intervencionista Nilson Mendonça Filho acompanhou de perto o aumento da cobertura pública do atendimento pré-hospitalar no Estado.

No ano anterior à sua entrada no serviço, 2013, 79 municípios eram atendidos. Em 2014, já eram 129 municípios, o que correspondia a 71%. Entre 2018 e 2020 um projeto de ampliação e expansão conseguiu atingir 100% do território cearense, 183 municípios.

Hoje superintendente da instituição, Nilson Mendonça afirma ser desafiador transformar o maior Samu do Brasil – que acaba de completar 15 anos de existência – no melhor. Em entrevista, ele fala dos esforços para avançar na qualidade e destaca a importância dos trabalhadores.

O que esses 15 anos representam para o Samu 192 Ceará?

Muito mais do que apenas uma data, esta uma década e meia representa a missão de cada colaborador ao sair de casa e deixar seu familiar para ir ao plantão e atender um paciente durante uma ocorrência. Estar na rua, sob sol ou chuva, de dia ou na madrugada, não se importando com o que possa acontecer, sempre se preocupando com o paciente. É um sentimento que une todos os colaboradores, desde o profissional da ponta até os trabalhadores de Serviços Gerais. Todos estão juntos para uma melhor assistência à população cearense.

Como definir a importância do Samu Ceará?

O Samu 192 Ceará é bastante importante para a saúde pública no Estado. É um marco na história do Ceará possuir um serviço tão grandioso em número de atendimentos e com esta dimensão geográfica. Além disso, várias inovações foram feitas ao longo dos anos percorridos.

O que o senhor destacaria como uma das principais conquistas deste último ano?

A capacitação dos nossos profissionais. Os colaboradores, como muitos outros, ficaram sem treinamentos devido à pandemia de covid-19. Em 2022, conseguimos retomar os processos formativos. Fizemos ações em várias unidades. E, assim, trouxemos melhorias para a população.

Com a chegada da Fundação Regional de Saúde (Funsaúde) na administração do Serviço, o que mudou?

Outras melhorias vieram a partir dessa nova gestão, como o parque tecnológico do Samu Ceará, com a aquisição do dispositivo intraósseo e da máscara laríngea, ambos importantes para a assistência. Evoluímos, ainda, no rastreio da frota das ambulâncias. A Funsaúde trouxe um processo mais profissional à toda operação.

Antes de estar como superintendente, o senhor também atuou por oito anos na assistência. Que memórias guarda disso?

Quando trabalhamos em municípios pequenos e moramos nestas cidades, às vezes, estamos sujeitos a atender pacientes conhecidos. Lembro de uma ocorrência em Russas, no Litoral Leste. Fomos acionados para socorrer uma jovem, vítima de arma de fogo; ela foi atingida no rosto. Ao chegar ao local, vi que era a filha de um grande amigo. Fizemos o primeiro atendimento e, em seguida, a levamos para uma unidade de saúde próxima.

Depois, tive de tomar uma decisão importante: entubar e depois transferi-la de Russas a um hospital de referência em Fortaleza. São nessas horas que devemos respirar fundo, ter calma e colocar os conhecimentos em prática. A jovem saiu desse agravo, sobreviveu ao tiro e hoje está bem.

Quais os desafios e as expectativas para os próximos anos?

O nosso maior desafio é conseguir transformar o Samu 192 Ceará, detentor da maior cobertura geográfica no Brasil, também no melhor do País em excelência. É um desafio ousado, mas todos os colaboradores e a atual gestão estão engajados para torná-lo uma realidade.

Pretendemos, ainda, implementar novas tecnologias para auxiliar o atendimento durante uma ocorrência. Nosso time busca, constantemente, ações para qualificar a assistência com equipamentos mais modernos e eficientes.